Audiência pública na Alerj propõe mapeamento e maior sinergia das economias criativa e solidária no estado
O Estado do Rio é um dos que melhor remunera os profissionais da economia criativa distribuídos em 25 setores, tais como moda, design, museus, teatro, entre outros. Em 2018, essas categorias movimentaram 2,4% do PIB brasileiro, o equivalente R$155 bilhões. As informações foram divulgadas pela subsecretária de Emprego e Renda da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico, Emprego e Relações Internacionais (SedeerJ), Ana Asti, durante audiência pública promovida de forma conjunta pela Frente Parlamentar em Defesa da Economia Popular Solidária e a Comissão de Cultura, ambas da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), nesta segunda-feira (05/08), no Salão Nobre da Casa. Durante o evento foi discutida a importância da união das economias solidária e criativa.
“A economia criativa é um setor baseado no trabalho criativo, englobando inclusive áreas como as de softwares e games. Já a economia solidária é uma forma de organização produtiva que pode ser aplicada em qualquer setor da economia, mas sua aderência ao setor criativo tem enorme sinergia”, afirmou Ana.
A subsecretária acrescentou ainda que há 33 mil empreendimentos de economia solidária no país sendo 700 deles no Rio de Janeiro. “Precisamos investir nesse mapeamento porque certamente o número é bem maior. Fazendo esse trabalho de mapeamento vamos descobrir empreendimentos que estão tanto na economia criativa quanto na solidária”, salientou a subsecretária.
O presidente da Comissão de Cultura da Casa, deputado Eliomar Coelho (Psol), observou que uma economia não existe sem a outra. “Temos que trabalhar uma articulação de todos os setores envolvidos, não só a sociedade civil mas também os poderes executivo e legislativo”, argumentou o parlamentar.
Fundo de fomento
Por sua vez, o deputado estadual Waldeck Carneiro (PT), presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Economia Popular Solidária, afirmou que vai se reunir com o Secretário de Desenvolvimento Econômico e Geração de Emprego e Renda, Lucas Tristão para discutir o Fundo Estadual de Fomento à Economia Solidária.
“O objetivo é assegurar que na próxima Lei Orçamentária Anual, que a Alerj vai votar até o fim do ano para 2020, conste uma dotação orçamentária para iniciar a alimentação do Fundo Estadual de Fomento à Economia Solidária, que é objeto de uma lei que está em vigor no Rio de Janeiro. O fundo não precisa depender apenas de recursos do Tesouro Estadual. Podemos conseguir disputar editais e obter transferências federais para esse fundo, que precisa fomentar as microatividades no campo da economia solidária que envolvem artesanato, catadores de material reciclável, agricultores familiares, bordadeiras. É um conjunto de iniciativas populares que geram trabalho e renda e necessitam de um impulso”, defendeu Waldeck.
Também estiveram presentes na audiência pública o deputado Carlos Minc (PSB), além de produtores e representantes de instituições culturais